Saber se o solo está ou não compactado é uma informação básica que o produtor e o técnico de campo precisam ter antes de implantar uma cultura. Isso porque, se há a necessidade de arar e gradear e o produtor não o faz, corre-se o risco de má formação da cultura que se pretende. O contrário gera o emprego de recursos no lugar errado; já que se utiliza de máquinas, combustíveis e diárias para o serviço, aumentando o custo de produção. Outro aspecto negativo neste caso é, do ponto de vista técnico: a perda de matéria orgânica pela exposição desnecessária dos microrganismos do solo.
O assunto foi pauta das últimas visitas supervisionadas da Assistência Técnica e Gerencial do SENAR-RO para a bovinocultura leiteira (ATeG Leite), aos técnicos de campo Wallas Cristo, que atua em Governador Jorge Teixeira – RO, e Erasmo Alves, de União Bandeirante – RO. Segundo o supervisor da ATeG Leite região centro-norte, Wagner Machado, o tema veio à tona pela observação repetida da prática de arar e gradear quando não há necessidade.
As primeiras raízes foram retiradas de solo não compactado. As cinco últimas raízes apresentam crescimento em formato de S, característica de solo compactado.
Para resolver essa questão, a equipe (supervisor, técnico e produtor) foi até o local de plantio. “Uma forma prática de se avaliar é observar as raízes das plantas daninhas. Quando a raiz se aprofunda de forma retilínea, significa que a planta está com facilidade de penetração no solo, ou seja, não está compactado”, explica o supervisor (observe a foto). “Se a raiz estiver se aprofundando em forma de S, significa que a planta está buscando partes mais frouxas do solo para poder crescer, ou seja, o solo está compactado naquele local”, finaliza Wagner. Embora seja um método subjetivo, o supervisor garante que, na prática, a técnica é bastante eficaz, em especial quando se trata dos custos de implantação da cultura.
O técnico de campo Wallas passou por situações parecidas com dois irmãos atualmente atendidos pela ATeG Leite em Governador Jorge Teixeira. Quando ainda não recebiam Assistência Técnica e Gerencial do SENAR-RO, os dois decidiram trocar a área de Brachiaria pelo piqueteamente com o Mombaça. Um usou dessecante, após 30 dias jogou a semente da nova forragem e a germinação foi boa. O solo não estava compactado. A produtora fez o mesmo processo, mas o capim não nasceu com qualidade. “Ela fez o teste de germinação, que deu positivo. Eram sementes de qualidade. Porém, não saiu como esperado porque o grau de compactação desse solo era muito alto”, conta Wallas. Agora, com o acompanhamento técnico e gerencial, foi recomendado à produtora arar, gradear, corrigir o solo e adubar o plantio.
A área desta produtora acomodou pastagem durante muito tempo e desde a primeira implantação nunca mais havia sido trabalhada, o que a deixou em avançado estágio de degradação. Está informação era de extrema importância, já indicaria a compactação do solo e a possibilidade de má formação dos piquetes de Mombaça. Por isso, a participação do(a) produtor(a) na tomada de decisão é fundamental, pois apenas ele(a) sabe o manejo adotada anteriormente na área. “Solos trabalhados com sistemas de rotação de culturas e/ou cobertura vegetal ou por meio de palhada de culturas anteriores possuem, naturalmente, grau de compactação reduzido, e que se for realizado o plantio direto reduzirá consideravelmente os custos com a implantação da cultura”, explica o técnico de campo Erasmo Alves.
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