Criada em 1993 em Salvador (BA), a Solisluna Design Editora trabalha com livros que exploram a diversidade étnica brasileira e tratam do patrimônio imaterial, arquitetônico e religioso do país. Há alguns anos, a editora vem buscando o mercado internacional, participando de eventos em vários países, com apoio do projeto Brazilian Publishers, parceria da Apex-Brasil com a Câmara Brasileira do Livro.
Nesta entrevista ao blog da Apex-Brasil, Valéria Pergentino, que participou recentemente do Micsul (Mercado das Indústrias Culturais do Sul), em Bogotá (Colômbia), falou um pouco sobre a trajetória da editora nos últimos anos. Um bom exemplo de inovação e criatividade, dois atributos presentes na campanha #BeBrasil. Confira a entrevista!
Como a editora Solisluna tem trabalhado o mercado externo?
Desde 2013, estamos focados na internacionalização de nossos livros e começamos a participar de feiras internacionais do mercado editorial. Já são quatro anos consecutivos marcando presença na Feira do Livro de Frankfurt, a principal do setor. Também já estivemos na Feira do Livro infantil de Bolonha, no Salão do livro de Paris e na Feira Internacional do Livro de Guadalajara.
Temos dedicado parte de nosso tempo para o aprendizado e formação de nossa equipe e preparação para o mercado internacional. Sabemos que é um caminho longo e aprendemos muito nos últimos anos.
O que a Solisluna tem tirado de positivo dessas feiras internacionais?
Em outubro deste ano, fomos ao Micsul 2016, em Bogotá (Colômbia), com o apoio do edital do Minc e da Apex-Brasil e, ao mesmo tempo, participamos da Feira do Livro de Frankfurt. Aprendemos nestes eventos a entender o que o mundo editorial quer e o que devemos apresentar para os distintos países, e isto nos têm possibilitado realizar ações mais assertivas. Em nosso catálogo, contemplamos a bibliodiversidade, o que nos permite atender a diferentes públicos em diversos países.
Ao longo deste período, o que vocês já conquistaram?
Para nós, que chegamos sem experiência no mercado internacional, a principal conquista até o momento tem sido o amadurecimento e a preparação para o mercado e agora começamos a colher os frutos de nossos esforços. Estamos em fase de vendas de direitos autorais para países da Europa e também negociando a compra de alguns títulos infantis que nos interessam.
Em 2016, pela primeira vez, fizemos uma venda de livros físicos, para o FCE – Fondo de Cultura Economica, uma importante editora e rede de livrarias do México e que está presente em vários países da América Latina. O FCE escolheu títulos diversos da Solisluna para serem vendidos este ano nas livrarias da FIL – Feira Internacional do Livro de Guadalajara.
Qual o diferencial da Solisluna no mercado internacional?
A Solisluna se diferencia pela beleza do design, pela qualidade gráfica dos seus livros e também pela temática de seus títulos, inspirada em nossas ricas e diversas expressões artísticas, culturais e históricas do povo brasileiro e em questões relacionadas com a diversidade e mudanças sociais.
Em sua opinião, como o mundo vê a criatividade brasileira, no segmento editorial?
Somos conhecidos e reconhecidos no mundo por sermos um povo criativo e isto não é diferente no mercado editorial. As edições brasileiras têm ganhado muito respeito no exterior justamente porque traduzem nos livros o que temos de melhor para oferecermos ao mundo. O que observo é que o mercado internacional é muito exigente para a publicação de nossos títulos que, além de criativos, devem ser necessários para a formação e o desenvolvimento civilizatório. Afinal, esta é uma das principais funções do livro, que guarda e perpetua o conhecimento da humanidade ao longo da história.
O #BeBrasil é uma narrativa unificada, contínua e consistente para mostrar ao mundo um país criativo e determinado, que oferece entregas sustentáveis e de qualidade. O conceito do Be Brasil se desdobra em quatro atributos presentes nos produtos e serviços brasileiros: sustentabilidade, determinação, criatividade e inovação.
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