Seguindo a pauta de preocupação com o preço do leite, na reunião da manhã desta terça-feira (19) com as entidades representativas do setor, a Secretaria de Estado de Finanças (SEFIN-RO) apresentou levantamento feito com base em notas fiscais constatando abuso nos preços praticados pelos varejistas. A tabela apresentada chega a apontar lucro de mais de 200% em leite UHT produzido no Estado (percentual encontrado em um varejista específico). No geral, o leite sai da indústria a R$2,70 e chega a ser comercializado com uma margem de lucro de R$2,90, conforme demonstrativos da SEFIN. O estudo revelou que a maior parte do comércio pratica margens superiores a 45%.
A muçarela produzida internamente, com incentivo fiscal do governo estadual, é vendida, em média, pelos laticínios a R$17,00kg e comercializada no varejo a R$34,00kg. “A realidade dos preços nas gôndolas responde a queda de 50% no consumo”, associa o secretário da agricultura, Evandro Padovani. Quanto a estes abusos, a SEFIN, a Secretaria de Estado de Agricultura (SEAGRI), o Procon-RO, juntamente com a Polícia Civil iniciarão, amanhã (20), blitz contra preços abusivos em todo o Estado.
O segundo tema amplamente discutido foi a adesão do preço de referência do Conseleite-RO. A tecla vem sendo batida neste ponto como alternativa de preço justo a todos, equilibrando as margens de lucro ao longo da cadeia. A previsão de pagamento para o próximo mês também foi levantada. Os laticínios Mariela, Joia e Toya se comprometeram em manter o último preço pago aos produtores de leite. Apenas os três participaram da reunião. O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Rondônia (SINDILEITE-RO), Pedro Bertelli, reforçou a tendência de a maioria seguir o preço praticado em maio e novamente tranquilizou os produtores de que o pagamento de R$0,50L trata-se de falsos rumores.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia e os dirigentes dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Estado mantem a defesa da prática do preço médio do Conseleite 2019. “Além disso, é preciso combater de forma veemente os abusos econômicos praticados pelos supermercados, que causam sérios prejuízos a toda cadeia do leite. Enquanto o produtor é mau remunerado, o consumidor final paga um preço exorbitante”, disse Hélio Dias, presidente da FAPERON.
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