Por: Amanda Vitória
O morcego, ainda que lemrado como símbolo de super-herói nos cinemas, representa um problema nos ambientes urbanos e rurais.
Os morcegos são classificados de acordo com sua alimentação, a maioria é herbívora por alimentar-se de frutos, embora existam aqueles que gostam de folhas, néctar e/ou pólen como componentes de suas dietas. Outros podem ser insetívoros, piscívoros (alimentam-se de peixes), ou mesmo hematófagos (alimentam-se de sangue).
A entrada acidental de morcegos em residências e ambientes de trabalho é comum em áreas urbanas e rurais, principalmente na primavera e verão, período de reprodução e de crescimento dos filhotes. O morcego é temido pela população, pois está associado à transmissão de raiva.
A raiva é um vírus, uma
zoonose (doença que pode ser transmitida dos animais para o homem), muito temida. Quando contraída é uma doença grave e quase sempre fatal, com letalidade de aproximadamente 100%. Dessa forma, a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós-exposição ao risco de contaminação, conforme recomendado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde.
Os principais transmissores são os animais silvestres, como morcegos, gambás e macacos, que contaminam cachorros, gatos e humanos de forma acidental.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que de 55 a 70 mil pessoas morrem de raiva por ano no mundo, depois de serem mordidas por animais infectados com a doença e, cerca de 10 milhões de pessoas são submetidas a tratamento profilático anti-rábico (soro e/ou vacina anti-rábica) após exposição à animais com suspeita de raiva.
Caso um morcego entre em uma residência ou ambiente de trabalho, o Biólogo Márcio Cândido recomenda que a pessoa mantenha a calma e nunca tente matá-lo ou manipular diretamente. Se o morcego apresentar condições de voo, muito provavelmente ele sairá sozinho do ambiente. Neste caso, o procedimento indicado é que sejam fechados os acessos aos outros cômodos da casa e que a porta e janela de saída do local estejam abertas. Acender as luzes também é indicado, tendo em vista que a claridade incomoda, já que os morcegos têm hábito noturno ou crepusculares.
Em caso de necessidade de captura, entre em contato com o Departamento de Vigilância em Saúde – Divisão de Controle de Zoonoses em Animais Domésticos e Sinantrópicos de Porto Velho, ligue para (69) 3901-2874, se certifique com os responsáveis do departamento se o veterinário pode ir à sua residência ou no local de manifestação do morcego para recolher o animal.
Prevenir é a melhor maneira de evitar a raiva, de acordo com o Biólogo: “Para evitar a instalação de colônias de morcegos em residências é importante garantir a vedação de telhados, forros e frestas, além da instalação de telas nas portas e janelas, mantendo estes locais inacessíveis para entrada dos animais. Para saber por onde os morcegos estão entrando e saindo, procure observar a movimentação perto do horário do pôr-do-sol, quando eles iniciam suas atividades. Algumas estratégias como a instalação de faixas de linha de pesca para dificultar o voo nas proximidades da área de abrigo, colocação de algumas telhas de vidro no telhado para permitir a entrada de luz durante o dia ou a instalação de lâmpadas nos locais onde os morcegos costumam utilizar, tornam o ambiente impróprio para o refúgio dos morcegos, fazendo-os abandonar o local.Porém, o mais importante é lembrar que os morcegos, assim como toda a fauna nativa são protegidos pela Lei de Crimes Ambientais e, além disso, esses animais são fundamentais na natureza, pois atuam como polinizadores, dispersores de sementes, fertilizadores de cavernas, predadores de pragas agrícolas e de insetos transmissores de doenças, dentre outras funções”.
Para continuar combatendo a doença de forma ética e evitar que animais e humanos sofram por conta da raiva, é importante conscientizar todos sobre a necessidade de vacinar seus cães e gatos.
De acordo com o Ministério da Saúde, desde 1973, o Brasil, é considerado exemplo no combate eficaz de raiva animal em todo mundo. Com a criação do Programa Nacional de Prevenção da Raiva houve uma redução de 90% nos casos. E, para que esse número continue a crescer é importante que todos sejam conscientes e vacinem seus animais domésticos e rebanhos de gado.
Deve-se sempre evitar a aproximação de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. Também, é importante nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estes estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
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