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Rondônia será pioneiro em projeto piloto de compra conjunta via leilão de terceiros da CONAB

A Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (FAPERON), presidentes de Sindicatos Rurais de estado, técnicos de campo da Assistência Técnica e Gerencial do SENAR-RO para a cadeia do café (ATeG Café) e técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira (20), por videoconferência, com os com técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) de Brasília e de Rondônia e parceiros importantes, como a Secretaria de Estado de Agricultura (SEAGRI), a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER-RO), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as Secretarias Municipais de Agricultura. Na pauta, o Projeto Piloto que garantirá que o interesse de compra venda de um grupo de produtores seja atendido via leilão da CONAB.

O café será a primeira cadeia a realizar o experimento. “Vamos avançar nisso, fazer a primeira lição e a partir dessa vamos expandir para outras cadeias”, disse otimista o presidente da FAPERON, Hélio Dias. Para viabilizar as ações do projeto, a Federação sugeriu, durante o encontro, que as primeiras regiões de teste seja Cacoal, que comporta a sua volta 15 municípios com grande potencial produtivo na cadeia do café; e Machadinho do Oeste, também pela característica produtiva. A CONAB disponibilizou, para este projeto, o armazém localizado em Cacoal, o que facilitará o escoamento dos produtos adquiridos no leilão até as propriedades participantes do projeto.

Trocando em miúdos

A proposta é lançar edital de compra de algum produto que um grupo de produtores rurais deseja comprar: fertilizantes (adubos) e defensivos agrícolas. A expectativa é de que, com um grupo expressivo de produtores interessados na compra de determinado insumo, o volume da compra atraia os fornecedores e a negociação via leilão resulte no melhor preço possível. “O produtor esteve sempre sujeito ao preço do mercado e essa é uma possibilidade de inseri-lo no mercado de uma forma digna”, frisou Ivo Bulhões, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Machadinho do Oeste – RO.

Ao lançar o edital, a CONAB coloca um preço, que deve condizer com a realidade do mercado local (revendas), mas, ao longo das negociações, sempre vence o menor preço. “Vamos supor. Se o produtor compra um saco de adubo a R$ 80,00 aí na região dele, pelo leilão ele certamente será arrematado por um valor bem inferior”, exemplifica Elias Camargo, gerente de área da CONAB. Lembrando que o frete de distribuição dos produtos é de responsabilidade dos produtores. Porém, tendo em vista a formação do grupo, os produtores podem dividir esse custo, tornando o negócio ainda mais interessante.

Os leilões da CONAB consistem em uma oportunidade de compra e venda pelo melhor preço, o que para o produtor auxilia na redução de custos. Além disso, a despesa do produtor com a negociação é 0 (zero). O produtor paga pelo preço arrematado e pelo transporte da carga. Quem vende, a empresa que arrematar o leilão, fica responsável pelos custos da transação. Ela paga taxa de 1,7% sobre o valor negociado para a CONAB, e a Companhia repassa cota à bolsa que operou o leilão.

Próximos passos

Tendo definido as regiões, as instituições envolvidas no projeto seguirão com o próximo passo. Serão constituídos grupos de produtores interessados para então levantar a demanda e definir os primeiros produtos e a quantidades que serão objeto do primeiro edital. Para esta etapa, o SENAR-RO e os Sindicatos, via técnicos de campo da ATeG, juntamente com a parceria da EMATER, vão atuar no levantamento dos insumos pretendidos, as quantidades e levarão explicações sobre o projeto aos produtores lá na ponta.

Outro ponto importante é que a compra é coletiva, mas o pagamento é individual. Neste aspecto, o presidente da FAPERON, Hélio Dias, se comprometeu em entrar em contato com instituições financeiras parceiras para disponibilizarem recursos financeiros para custeios agrícolas, principalmente para os produtores que aderirem ao projeto. “A reunião foi muito produtiva. Conseguimos tirar dúvidas e avançar em pontos específicos para que o projeto caminhe. Agora é fazer a engrenagem funcionar. Dando certo, vamos encontrar um importante caminho para o produtor, porque uma das chaves do negócio está em comprar bem, reduzindo custos e elevando ao máximo a lucratividade do produtor rural”, finalizou Hélio Dias.

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